“Vi ontem um bicho na imundície do pátio. Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa não examinava nem cheirava, engolia com voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem”. (Manoel Bandeira)
Tanta propaganda se faz de que o Governo Federal retirou da miséria cerca de R$ 20 a 30 milhões de brasileiros que passaram a consumir comprando objetos que tanto sonhavam.
É um numero tão elevado que se pergunta porque não atingiu os cerca de 60% da população que vive miseravelmente com R$ 70/mês.
Enquanto existirem estas chagas de homens irmãos nossos serem confundidos com animais por estarem se alimentando do lixo (até crianças também);
Enquanto 60% da população sobreviver milagrosamente com R$ 70/mês;
E nquanto uma população pobre leva mais de 1/ano para ser atendido em um hospital publico muita das vezes morrendo enquanto espera;
Enquanto existirem crianças se prostituindo aos 9 anos de idade para terem dinheiro para sua sobrevivência;
Enquanto brasileiros desonestos saquearem os cofres públicos e jamais serem punidos, nem com a devolução do que roubaram e mais tudo que acima foi exposto, o Brasil não poderá :
Alardear ao mundo que é um país com reservas cambiais significativas .
Ventilar hipótese de ajudar países Europeus quebrados, mais mesmo quebrados financeiramente seus habitantes não sobrevivem comendo lixo.
Não poderá estar perdoando dividas de países africanos para conosco ;
É MUITA INCOERÊNCIA...
Creio que se o Brasil negociasse com seus credores na maioria bancos uma redução de 10% no pagamento anual e usasse esse recurso para erradicar a miséria, melhorar a saúde, aplicar mais em educação ai sim o Brasil seria um país serio e humano e poderia fazer a propaganda que quisesse de seus feitos.
Depois de ler o poema de Manoel Bandeira fiquei triste chegando ao ponto de não querer participar de nenhum festejo de natal, pois enquanto tivesse saboreando as mais gostosas iguarias e pensasse que o resto do que eu comesse iria para o lixo e serviria de alimento a um irmão meu eu não ficaria satisfeito. Parece utópico mais é o que sinto, já tentei junto com alguns amigos em algumas oportunidades amenizar a fome desses catadores de lixo, porém não se encontra todo ano nem toda hora alguém disposto a ajudar pois estão muitos preocupados a ter, ter e ter...e não pensam em SER, pois a medida do ter não enche.
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